sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Receita de Ano Novo - Carlos Drummond de Andrade


Como mensagem de ano novo aos amigos e leitores deste blog eu transcrevo o poema "Receita de ano novo", de Carlos Drummond de Andrade, desejando a todos felicidade e prosperidade nesse ano que agora se inicia. Feliz 2012!!!

RECEITA DE ANO NOVO
Carlos Drummond Andrade

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Defesa da Tese de Doutorado!

Tese defendida, tese aprovada. Meus agradecimentos aos que me ajudaram e aos que torceram por mim.

Foram quatro anos de grandes dificuldades. Fazer doutorado em uma área não jurídica certamente exigiu muito mais dedicação e empenho.

Mas, Graças a Deus, esse esforço valeu a pena. Muito obrigado a todos, obrigado por tudo!

domingo, 25 de dezembro de 2011

Votos de Feliz Natal


Certa feita minha filha me perguntou se o Natal era a comemoração do aniversário de Jesus Cristo ou de Papai Noel. Um questionamento totalmente lógico, se levarmos em consideração que a estética dos festejos natalinos remonta muito menos ao menino que nasceu na manjedoura do que ao velhinho de roupas encarnadas carregando um saco cheio de presentes.

É provável que isso seja um indicativo da forma como um número significativo de pessoas enxerga o período, que ao longo dos anos se transformou em uma verdadeira ode ao consumismo. Com efeito, parece que o espírito natalino tem se distanciado da essência cristã, deixando de lado o verdadeiro sentido da festa.

Por isso, meus votos de um feliz natal, em que efetivamente se comemore o nascimento do Menino Jesus em confraternização com familiares e amigos. Aproveito também para desejar um ano novo próspero em todos os sentidos.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Epígrafe XVII - Sepúlveda Pertence - Patrimônio Ecológico X Interesses Privados


As frases que eu escolho como epígrafe são quase sempre trechos de livros de autores que escrevem sobre meio ambiente ou que escrevem sobre algum assunto que faz interface com a questão ambiental, embora eventualmente eu também escolha algum trecho de entrevista ou alguma letra de música.

Dessa forma, no que diz respeito especificamente aos operadores do Direito, privilegiam-se os doutrinadores, que são os autores de livros e artigos científicos, ficando os demais relegados ao segundo plano.

Entretanto, é forçoso reconhecer que muitos advogados, magistrados e promotores de justiça também contribuem para a discussão ambiental por meio de seus acórdãos, pareceres, petições e sentenças – com a vantagem de que nessa situação a discussão deixa o campo meramente teórico para poder intervir diretamente na realidade.

No caso, importa destacar excerto do acórdão lavrado pelo Ministro Sepúlveda Pertence, do Supremo Tribunal Federal, na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 487-5/SP, em que se evidencia a predominância do interesse difuso e coletivo face ao interesse individual:

“... entre a proteção do patrimônio ecológico nacional (permitam-me a alegoria...) e os respeitáveis interesses privados, referidos na inicial, em termos de medida liminar, não tenho dúvidas, fico com o primeiro”.

Ministro José Paulo Sepúlveda Pertence