quinta-feira, 16 de junho de 2011
"Eduardo e Mônica", o Filme
“Eduardo e Mônica” foi inquestionavelmente um dos maiores sucessos da música popular brasileira nas décadas de 1980 e 1990. Lançada como quarta faixa do disco “Dois” (o segundo álbum da Legião Urbana), a balada era considerada pelos especialistas extensa e prolixa demais para cair no gosto.
Contudo, em pouco tempo a canção se tornou um dos maiores sucessos do país, tendo influenciado toda uma geração. A canção é marcada pela letra bem trabalhada de Renato Russo e pela sonoridade acústica da Legião Urbana, que na era formada por Dado Villa-Lôbos, Marcelo Bonfá, Renato Rocha e Renato Russo.
Essa música é uma verdadeira comédia romântica, que narra de forma humorada e poética a história de duas pessoas que se apaixonaram e viveram um grande amor, apesar das enormes diferenças. Essa letra agora virou filme, e todos poderemos desfrutar da versão cinematográfica dessa inesquecível balada.
Não sei se o filme é bom, mas pelo menos serviu para matar um pouco da saudade dessa canção e dessa banda inesquecíveis. Eis, enfim, o trailer do filme:
http://www.youtube.com/watch?v=gJkThB_pxpw&feature=email
Eis a letra da música:
EDUARDO E MÔNICA
(Renato Russo)
Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?
Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque
No outro canto da cidade, como eles disseram
Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer
Um carinha do cursinho do Eduardo que disse
"Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir"
Festa estranha, com gente esquisita
"Eu não tô legal", não agüento mais birita"
E a Mônica riu, e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa
"É quase duas, eu vou me ferrar"
Eduardo e Mônica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar
O Eduardo sugeriu uma lanchonete
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard
Se encontraram então no parque da cidade
A Mônica de moto e o Eduardo de "camelo"
O Eduardo achou estranho, e melhor não comentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo
Eduardo e Mônica eram nada parecidos
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
Ela fazia Medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus
Van Gogh e dos Mutantes, de Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol-de-botão com seu avô
Ela falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E o Eduardo ainda tava no esquema
Escola, cinema, clube, televisão
E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia, como tinha de ser
Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia
Teatro, artesanato, e foram viajar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar
Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer
E decidiu trabalhar (não!)
E ela se formou no mesmo mês
Que ele passou no vestibular
E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos, muitas vezes depois
E todo mundo diz que ele completa ela
E vice-versa, que nem feijão com arroz
Construíram uma casa há uns dois anos atrás
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana, seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram
Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília
E a nossa amizade dá saudade no verão
Só que nessas férias, não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação
E quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?
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