Luís da Câmara Cascudo foi
um importante antropólogo,
historiador e folclorista brasileiro, tendo sido um dos mais ativos e notáveis
intelectuais brasileiros. Nascido em Natal, capital do Estado do Rio Grande do
Norte, publicou trinta e um livros e nove plaquetas, incluindo o “Dicionário do
folclore brasileiro”, para muitos a sua obra mais relevante.
Câmara Cascudo dedicou um
capítulo do seu livro “Civilização e cultura”, publicado no ano de 1983 pela
Editora Itatiaia (Belo Horizonte/MG), à ecologia. É claro que a discussão nesse
caso é muito mais sob a ótima da Geografia, e da influência que o meio pode
exercer sobre o ser humano, do que propriamente ecológica.
De qualquer maneira, o
enciclopédico Cascudo é quase sempre genial, e vale a pena destacar o seguinte
trecho do referido capítulo:
“Um ovo foi enviado em junho
de 1933 de Natal, Rio Grande do Norte, para a Alemanha, para Altenessen,
Prússia renana. Do ovo nasceu um galo, alemão pelo jus soli e brasileiro pelo jus
sanguinis. Durante os cinco ou seus anos de sua existência esse galo cantou
unicamente pelo horário dos galos do Brasil que ele jamais ouvira. Não houve
meio do galo potiguar assimiliar o ritmo pregoeiro dos colegas renanos. Manteve
a diferença das quatro horas distantes para as doze locais. Levara, ab ovo, não apenas o canto mas também a
regra imutável dos momentos em que deveria cantar. Ecologia alemã inoperante”
(pag. 145).
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