E
naquele dia os jovens saíram de casa com a decisão de mudar o mundo.
Escreveram
em cartazes, fizeram faixas, pintaram o rosto com as cores do país e saíram
pelas ruas protestando contra tudo o que achavam errado.
No primeiro momento, a imprensa e os políticos menosprezaram
as dimensões e as reivindicações do movimento.
Como era previsível, a polícia reagiu destemperadamente,
agredindo tanto os manifestantes - que,
em sua maioria, faziam reivindicações de forma pacífica – quanto os jornalistas e transeuntes.
Com o fortalecimento do movimento, a mídia e os
poderes tradicionais passaram a respeitá-lo, ou melhor, a temê-lo, apesar de
continuarem a não compreender sua maneira de agir ou sua pauta.
Mas é claro que a violência policial continuou,
assim como a imprensa continuou a distorcer os fatos e os políticos tradicionais
a tentarem se aproveitar deles.
E o final de história?
O final de história é que, quarenta anos depois,
esses mesmos jovens, agora adultos e ocupantes de funções relevantes na
sociedade e de cargos de poder, reagem com menosprezo e muita violência ao
grupo de jovens que também saíra de casa com a decisão de mudar o mundo.
Na verdade, a história só chegará ao final quando os
jovens de hoje se tornarem adultos e ocupantes de funções relevantes na sociedade
e de cargos de poder, e compreenderem totalmente as inquietações e reivindicações
dos jovens de daqui a quarenta anos a ponto de saírem juntos protestando pelas
ruas do país.
E aí sim, será um novo começo.
17 de junho de 2013
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