SAMUEL VITAL DUARTE: A TRAJETÓRIA DE UM
JURISTA
Talden Farias
SUMÁRIO: 1 Introdução. 2
Origem. 3 Vida Familiar. 4 Formação Humanística. 5 Vida Intelectual. 6 Carreira
Jornalística. 7 Carreira Política. 8 Carreira Jurídica. 9 Ordem dos Advogados
do Brasil. 10 Considerações Finais. 11 Referências.
1 Introdução
É inquestionável que a Ordem dos Advogados
do Brasil é uma das instituições mais importantes da República brasileira, por
conta de suas contribuições relevantes para a democracia e para a conquista dos
direitos fundamentais da pessoa humana. Em alguns momentos o papel dessa
instituição alcançou maior destaque, como durante o regime ditatorial militar
ou durante o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello.
Logo, estudar a Ordem dos Advogados do
Brasil é também conhecer a história do país e de seus avanços e retrocessos
sociais. E uma das formas de se estudar a respeito dessa instituição é fazendo
o resgate da história dos seus membros e em especial dos seus ex-presidentes,
principalmente daqueles que vivenciaram os períodos de maior ebulição social.
Nesse contexto, Samuel Vital Duarte foi
presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados no auge do regime
ditatorial militar e teve um papel importante no engajamento da instituição na
luta pela redemocratização do país. Advogado e parecerista brilhante, ele lutou
pelas prerrogativas da classe e militou em prol dos direitos humanos. Ele se
destacou também na política ao ocupar cargos importantes, como a presidência da
Câmara dos Deputados.
No entanto, o seu nome não tem recebido
as homenagens devidas, inclusive por ocasião do seu centenário de nascimento há
cerca de um ano e meio atrás. Mesmo no seu Estado natal, a Paraíba, onde ele
está entre os que alcançaram maior destaque no direito e na política, esse
reconhecimento não tem ocorrido. Sendo assim, este texto tem como objetivo fazer
uma ligeira retrospectiva de vida e do pensamento de Samuel Vital Duarte,
destacando os principais aspectos jurídicos, pessoais e políticos.
2 Origem
Samuel Vital Duarte nasceu no dia 10 de
dezembro de 1904 no município de Alagoa Nova, no brejo paraibano, sendo filho
de um casal de agricultores analfabetos e pobres.
Destacou-se ainda pequeno pela
inteligência, que chamou a atenção do professor Elísio Sobreira ao iniciar os
estudos na escola pública do Sítio Cantagalo, distrito onde residia com a
família.
Posteriormente ele foi encaminhado ao
vigário da cidade, o padre Jerônimo César, que passou a cuidar diretamente de
sua educação e da sua formação.
Em 1914 esse mesmo padre o enviou a João
Pessoa, capital paraibana, com o objetivo de que estudasse no Colégio Diocesano
Pio X para depois poder ingressar no Seminário Arquidiocesano da Paraíba, onde
fez por dois anos o curso de Humanidades e Filosofia.
O fato é que se não fosse a Igreja
Católica, o filho de agricultores analfabetos nascido em uma das mais miseráveis
regiões do país jamais teria tamanha oportunidade para revelar o seu enorme
potencial.
3 Vida Familiar
Casado com Adelina de Castro Pinto
Duarte, Samuel Vital Duarte teve três filhos, que são Glauco, Maria Letícia e
Paulo Sérgio.
Paulo Sérgio Duarte, que é o seu filho
mais novo, é um dos maiores críticos de arte da América Latina, sendo autor de
inúmeras obras, professor de história da arte e pesquisador do Centro de
Estudos Sociais Aplicados da Universidade Candido Mendes e tendo sido escolhido
curador da 5ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul.
Samuel era conhecido por ser um homem
discreto, recatado e tímido, que não permitia maiores intimidades nem mesmo aos
parentes mais próximos.
Aliás, a maior parte dos parentes não se
alinhava politicamente com ele, já que ele não arrumou emprego para nenhum
deles durante todo o tempo em que ocupou cargos políticos, pois já naquela
época era um crítico ardoroso do nepotismo.
Isso não significa que ele não ajudasse
os parentes pobres com dinheiro, já que parte dos seus rendimentos sempre se
destinou ao custeamento dos familiares menos abastados.
4 Formação
Humanística
No Seminário Arquidiocesano da Paraíba
Samuel Vital Duarte estudou com rigorosamente o Francês, o Latim e o Vernáculo
e pode se dedicar com profundidade às leituras de Filosofia, História,
Literatura e Teologia.
Segundo o ex-governador da Paraíba e
ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Oswaldo Trigueiro de Albuquerque
Mello,
conterrâneo e contemporâneo seu, foi lá onde ele conquistou a invejável cultura
humanística que o marcou durante toda a existência.
O hábito da leitura e o culto pela
liberdade de pensamento fizeram com que Samuel se decepcionasse com o caminho
religioso, ao não admitir o autoritarismo intelectual de uma parte da maioria
dos sacerdotes.
Assim, ele abandonou o Seminário e
ingressou em 1927 na Faculdade de Direito do Recife, na época o mais agitado e
importante centro cultural da região e talvez do país.
Foi na Faculdade de Direito que ele
começou a construir sua reputação de grande advogado e de intelectual festejado
ao se destacar como um dos mais brilhantes alunos de seu tempo
Ao colar grau como o orador da turma, no
dia 7 de setembro de 1931, ele fez um discurso memorável, ao enfatizar, já
àquela época, que a despeito do grande desenvolvimento material a humanidade
moralmente não tinha melhorado grande coisa.
Para conseguir se manter nos estudos
durante esse período ele trabalhou como caixeiro de mercearia, vendedor de
livraria, funcionário dos Correios e jornalista, tendo trabalhado como redator,
revisor e repórter de jornal.
Inclusive, de 1933 a 1934 ele foi também
professor de Latim e de Vernáculo do Liceu Paraibano, na época o colégio da
elite local e regional.
5 Vida
Intelectual
No dia 08 de janeiro de 1963 ele
ingressou na Academia Paraibana de Letras, sendo recepcionado pelo acadêmico
Cônego Francisco Lima.
No seu discurso de posse ele enfatizou
que o ambiente acadêmico não poderia ficar indiferente aos tumultos das ruas
nem aos dramas sociais, o que serve para destacar a sua visão humanística e a
sua preocupação com o social.
Foi autor de inúmeras obras literárias,
a exemplo de “Hitler e o renascimento alemão”, “O paraíso dos medíocres”, “O
Inferno dos tolos” e “Comunismo e anarquismo”.
Conhecia com profundidade todos os
clássicos mundiais da literatura e, por ter aprendido latim no Seminário, leu e
releu por diversas vezes Cícero e Virgílio no original.
Entre suas influencias literárias se
destacam Anatole France, Ascendino Leite, Augusto dos Anjos, Bernard Shaw, Carlos
Drummond de Andrade, Castro Alves, Charles Dickens, Eça de Queiroz, Ernest Hemingway,
Euclides da Cunha, Franz Kafka, Gilberto Freyre, Gonçalves Dias, Honoré de
Balzac, Horácio de Almeida, José Américo de Almeida, José Lins do Rêgo, Machado
de Assis, Manuel Bandeira, Oliveira Vianna e Ramalho Ortigão.
6 Carreira
Jornalística
Samuel
Vital Duarte começou a se destacar como jornalista já no tempo em que cursava
Direito, na Faculdade do Recife, chegando a trabalhar para diversos jornais como
profissional independente.
Tanto na
Paraíba quanto em Pernambuco ele pode acompanhar com proximidade os fatos que
culminaram com a Revolução de 30,
a ponto de chegar a cobrir a morte de João Pessoa no
Recife como repórter do “Diário da Manhã”, pertencente aos irmãos Caio e Carlos
de Lima Cavalcanti.
E é por
conta da Revolução de 30 que em todos os Estados uma série de jovens como José
Américo de Almeida e Samuel Vital Duarte conseguiram espaço político com a
subida de Getúlio Vargas ao poder.
No dia 20
de março de 1931 ele foi nomeado pelo então interventor Antenor Navarro diretor
de “A União”, imprensa oficial do Estado da Paraíba, onde ficou até outubro de
1934.
Ele foi colaborador
de 1952 a
1962 do Diário Carioca, Correio da Manhã e Folha de São Paulo, entre outros
jornais de destaque nacional, tendo ao longo de sua vida sempre contribuído
para os jornais da Paraíba e de Pernambuco.
7 Carreira Política
Com base no prestígio político que
começou a angariar como intelectual, como jornalista, como professor e
especialmente como advogado militante, Samuel Vital Duarte entra para a
política e é eleito deputado federal em 1934, tendo atuado entre 1935 e 1937.
Nesse período alcanço grande destaque,
já que integrou a Comissão de Finanças e presidiu a Comissão de Legislação
Social e Justiça, tendo sido o principal redator do substitutivo do Estatuto
dos Funcionários Públicos Civis da União.
Entretanto, com a dissolução do
Congresso Nacional no dia 10 de novembro de 1937 por determinação de Getúlio
Vargas, a sua ascendente carreira política foi abruptamente interrompida.
Somente anos depois, com a ascensão do
seu amigo Rui Carneiro ao cargo de interventor estadual da Paraíba de 1942 a 1945, Samuel
retornaria à política no cargo de Secretário Estadual de Interior e Justiça,
pasta considerada a mais importante à época.
De acordo com José Octávio de Arruda
Mello, nesse período ele se destacou como o principal conselheiro do governo, a
ponto de ser considerado o redator dos sueltos, das notas oficiais e dos documentos
mais relevantes do governo intervencionista de Rui Carneiro.
Samuel Vital Duarte chegou a ser
interventor estadual do dia 22 de outubro ao dia 5 de novembro de 1945, quando
da renúncia de Rui Carneiro para se candidatar novamente ao cargo de governador.
Contudo, a deposição de Getúlio Vargas
pelos militares no dia 29 de outubro do referido ano fez com que no lugar de
Samuel, que seria pelo mais curto tempo de toda a história o chefe do poder
executivo paraibano, fosse nomeado o desembargador Severino Montenegro.
Elegeu-se deputado federal pela segunda
vez em 1946, tendo sido escolhido presidente da Câmara de Deputados, cargo para
o qual até hoje nenhum outro paraibano foi eleito, por conta de sua formação
humanística e de sua reputação austera e por causa de um impasse gerado pela
disputa entre as bancadas gaúcha, mineira e paulista.
Elegeu-se novamente para o cargo de
deputado federal nas legislaturas de 1946 a 1951 e de 1951 a 1954, e em 1954
perdeu a eleição para o senado e em 1958 perdeu para deputado federal.
É por não ceder ao proselitismo
eleitoral e por não ser ligado aos grandes grupos econômicos do Estado da
Paraíba que ele não conseguiu se manter na política.
Com efeito, a autonomia marcou a sua
passagem pela Câmara dos Deputados, já que a despeito de ser considerado um
parlamentar de centro-direita não foram poucas as vezes em que ele tomou
medidas completamente independentes do seu próprio grupo político ou se alinhou
à esquerda mais radical.
Quando o deputado Barreto Pinto pousou
de cuecas para a revista “O cruzeiro”, na condição de presidente da Câmara dos
Deputados Samuel não apenas o interpelou como encaminhou o processo de cassação
do parlamentar, tendo sido o primeiro caso de cassação de um parlamentar por
decoro parlamentar.
Em 1952 ele votou contra o Acordo
Militar Brasil/Estados Unidos, sustentado no Congresso por udenistas e
pessedistas contra a ala esquerda trabalhista, populistas e remanescentes
comunistas.
Samuel Vital Duarte foi contra a
cassação de dois deputados comunistas em maio de 1947 e se recusou a declarar
extintos os seus mandatos quando o Tribunal Superior Eleitoral cassou o
registro do Partido Comunista do Brasil, contrariando o governo e o seu próprio
partido que desejavam ficar com as vagas dos comunistas.
É claro que essa liberdade de ação e de
pensamento fez com que ele perdesse espaço no meio político, ao se desgastar
ora com a oposição e ora com a sua própria tendência política.
Com a derrota nas eleições de 1954 e
1958 Samuel decide abandonar a carreira política e passa mais uma vez a se
dedicar integralmente à advocacia, ainda que ele posteriormente ele volta e
ocupar cargos políticos, ao ter assento na Superintendência do Desenvolvimento
do Nordeste como representante do Ministério do Trabalho em 1959 e ao se tornar
Diretor da Carteira de Crédito Agrícola do Banco do Brasil de 1961 a 1964.
Mesmo assim, é preciso reconhecer que
não foi sem motivo que em pouco tempo ele obteve êxito em sua trajetória
política e passou a figurar entre os políticos mais importantes do país, como
quando da eleição para a Câmara dos Deputados.
Conforme expõe Oswaldo Trigueiro de
Albuquerque Mello, Samuel foi premiado pelos seus méritos intelectuais, pois
não era de família tradicional nem provinha de um município politicamente importante,
requisitos indispensáveis para que alguém se elegesse deputado federal aos
trinta anos.
8 Carreira
Jurídica
Samuel Vital Duarte sempre se dedicou à
advocacia e ao direito, mesmo quando exercendo cargos políticos ou
burocráticos, tendo sido um destacado membro do Instituto dos Advogados
Brasileiros.
Ele fica facilmente entre os dez
paraibanos que mais se destacaram no Direito, ao lado de nomes como Argemiro de
Figueiredo, José Américo de Almeida, Epitácio da Silva Pessoa, Oswaldo
Trigueiro de Albuquerque Mello, Luiz Raphael Mayer e Djacy de Oliveira Falcão.
Com a dissolução do Congresso Nacional
por determinação de Getúlio Vargas no dia 10 de novembro de 1937, Samuel Vital
Duarte voltou a se dedicar exclusivamente ao exercício da advocacia.
Como não tinha emprego e tinha se casado
recentemente, em 1938 Rui Carneiro – que tinha sido colega na Câmara dos
Deputados e que estava como secretário do Presidente do Banco do Brasil – lhe
conseguiu a nomeação para o cargo de advogado do Banco do Brasil, cargo em que
ficou até 1956, tendo atuado no Recife e em João Pessoa.
Em 1945 ele foi o principal redator da
Constituição Estadual da Paraíba, juntamente com os advogados Odon Bezerra e
Clovis Lima.
Tornou-se membro e parecerista do
escritório Raul Silveira no Rio de Janeiro em 1965 e durante muitos anos foi consultor
jurídico da Confederação Nacional do Comércio.
9 Ordem dos
Advogados do Brasil
Samuel Vital Duarte exerceria a
presidência da Ordem dos Advogados do Brasil no pior momento para as instituições
nacionais, que foi de 1967 a
1969, quando as liberdades individuais como um todo foram usurpadas por um
governo ditatorial e truculento.
No discurso de posse à frente da
instituição Samuel ressaltou o seguinte:
O
quadro atual da Nação brasileiro reclama, mais que nunca, o esforço e a nossa
compreensão. Não se trata apenas de defender as prerrogativas e direitos da
profissão; trata-se de preservar os valores da ordem jurídica, sempre que
estejam expostos aos riscos e aos assaltos de forças adversas. Sabemos que o
exercício da advocacia, como profissão e como munus publicum só floresce num ambiente de garantias democráticas.
Sua gestão se pautou pelo fato de não se
restringir ao puro e simples corporativismo que caracterizaram algumas
presidências anteriores, tendo ido realmente à luta no sentido de tentativas de
revogar prisões arbitrárias de advogados e de liberar escritórios de advocacia
inescrupulosamente interditados.
No entendimento dele a defesa da ordem
jurídica no sentido mais amplo se sobrepunha a qualquer prerrogativa e direito
da profissão, já que a luta pelos direitos fundamentais da pessoa humana é mais
importante do que o corporativismo.
Por causa das atrocidades empregadas
pela polícia para a contenção dos estudantes, em passeatas e em outras
manifestações de protesto contra o regime militar, Samuel enviou mensagem em 25
de junho de 1968, para o Presidente da República e o Ministro da Justiça, em
que protestava veementemente contra o acontecido.
Na terceira Conferência Nacional dos
Advogados, que ocorreu no Recife de 7
a 13 de dezembro do mesmo ano, a Ordem dos Advogados do
Brasil afrontaria o maior dos dogmas da ditadura ao escolher como tema “o
Estado Constitucional de Direito e a garantia dos direitos fundamentais da
pessoa humana”.
Segundo o historiador paraibano José
Octávio de Arruda Mello, foi graças ao posicionamento de resistência iniciado
por Samuel Duarte que os seus sucessores, Seabra Fagundes e Raymundo Faoro,
puderam confrontar de forma mais enfática o governo daquela época negra.
No referido evento Samuel Vital Duarte
proferiu discurso com as seguintes palavras, deixando claro que a instituição
não se calaria diante do desrespeito aos direitos e garantias fundamentais:
O
exercício da nossa profissão está vinculado à sobrevivência dos ideais
jurídicos, amadurecidos no curso da história, do Estado Constitucional de
Direito e da garantia dos direitos fundamentais da pessoa humana. Tanto é assim
que o reconhecimento e o valor social do advogado estão estritamente
condicionados à efetiva atuação histórica desses dados fundamentais do
ordenamento jurídico positivo.
Samuel Vital Duarte também condenou o
imobilismo, destacando que as pessoas deveriam procurar modificar para melhor a
realidade ao seu redor:
Nada
mais coerente com as tradições brasileiras do que proclamar as reivindicações
primárias de uma sociedade aberta. Deixar que essa sociedade procure os
caminhos do seu convívio, baseado no respeito aos direitos da pessoa humana, é
a tendência natural dos povos ocidentais identificados com a ideologia
democrática.
A edição do Ato Institucional nº 14, que
no dia 10 de setembro de 1969 instituiu a pena de morte, provocou veemente protesto
do então presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
Vale a pena salientar que a gestão de
Samuel Duarte se preocupou também com outras questões relativas à classe
advocatícia, a exemplo de quando propôs a Previdência Social dos Advogados.
Além do mais, e talvez essa seja a sua
mais importante realização, ele viabilizou a criação do Conselho de Defesa dos
Direitos da Pessoa Humana, instalado a 25 de outubro no Palácio das
Laranjeiras, num tempo em que falar sobre Direitos Humanos era por demais
utópico, distante e pioneiro.
Ele atuou com firmeza no sentido de
tentar revogar a prisão de advogados e de desinterditar escritórios de
advocacia investigados pelos militares e encaminhou moções que exigiam investigação
em torno dos esquadrões da morte e do massacre de índios que à época estavam
ocorrendo.
10 Considerações
Finais
Este texto teve o objetivo de fazer uma
ligeira retrospectiva de vida e do pensamento de Samuel Vital Duarte,
destacando os principais aspectos jurídicos, pessoais e políticos.
Renomado nacionalmente como intelectual,
ele ficou conhecido por sua independência intelectual e política e por sua
lisura e probidade em relação à coisa pública.
Embora tenha ocupado inúmeros cargos
políticos importantes, dentre os quais se destaca a presidência da Câmara dos
Deputados, ele não conseguiu se manter na política porque não fazia
proselitismo nem era ligado a grandes grupos econômicos.
Advogado e parecerista de renome, foi na
presidência do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil que ele mais
se destacou na vida jurídica, ao fazer com que a instituição começasse a tomar
posturas independentes ou mesmo contrárias ao regime ditatorial militar.
Foi Samuel o responsável pelo maior
engajamento da Ordem dos Advogados do Brasil na luta pelos direitos
fundamentais da pessoa humana, pois ele sempre destacava a função social da
instituição, ao mesmo tempo em que lutou em prol das prerrogativas dos membros
da instituição.
11 Referências
GONÇALVES, Evaldo. Discurso
de Posse na Academia de Letras de Campina Grande, na vaga de Samuel Vital
Duarte. Memória Política. Brasília: Câmara dos Deputados, 1993, p. 223/230.
GONÇALVES, Evaldo. Homenagem
à memória do ex-Deputado Federal Samuel Duarte. Por uma nova ordem.
Brasília: Câmara dos Deputados, 1988, p. 238/271.
JUREMA, Abelardo. Presença
da Paraíba no Brasil, volume II. João Pessoa: Universidade Federal da
Paraíba, 1985.
MAIA, Benedito. Governadores
da Paraíba. João Pessoa: 1987.
MELLO, José Octávio de
Arruda. Samuel Vital Duarte. Série histórica Paraíba – nomes do século,
n° 28. João Pessoa: A
União, 2000.
VENÂNCIO FILHO, Alberto. Notícia histórica da OAB: 1930-1980.
Brasília: Ordem dos Advogados do Brasil, 1992.
Apud MELLO,
José Octávio de Arruda. Samuel Vital Duarte. Série histórica Paraíba –
nomes do século, n° 28. João Pessoa: A União, 2000, p. 14.